Aldina Duarte nasceu em
Lisboa (22 Julho 1967) tendo crescido num bairro social de Chelas.
Começou a trabalhar com 20
anos num jornal, depois numa rádio e por fim no Centro de Paralisia Cerebral.
Cantou no coro de um grupo meio musical, meio teatral, Valdez e as Piranhas
Douradas (com o ator Pedro Wilson), enquanto trabalhava no Centro de Paralisia
Cerebral.
Participou no filme “Xavier”,
de Manuel Mozos, onde interpretava o fado “A Rua do Capelão”.
Começou nas lides fadistas no
Clube do Fado, à Sé, em Lisboa. Trabalhou na editora EMI e colaborou em discos
de Camané, com quem foi casada.
O repertório que deixou
gravado em “Apenas o Amor”, o seu álbum de estreia, foi repescado de entre
alguns dos espécimes mais dignos do fado tradicional (“Fado Menor”, “Fado
Bailado”, “Fado Carriche”, “Fado das Horas”, “Fado Tango”, “Fado Laranjeira”),
com especial predominância no fado menor e os temas das letras, escritos pela
própria Aldina Duarte, acompanham essa escolha.
No seu segundo álbum, “Crua”,
inclui 12 fados tradicionais, com letras de João Monge.
Em 2008 lançou o disco
“Mulheres Ao Espelho”. A antologia “DIGA 33 - OS POETAS DAS QUINTAS DE
LEITURA”, inclui o poema “Princesa Prometida” da sua autoria.
É residente no Sr.Vinho, à
Lapa.
Discografia
2004 - Apenas O Amor (EMI -
Valentim de Carvalho)
2006 - Crua (EMI Music
Portugal)
2008 - Mulheres Ao Espelho
(Roda-Lá Music)
2011 - Contos De Fados
(Valentim)
Comentários
É uma apaixonada do fado. Ou,
melhor, do fado tradicional tal como está consagrado no espólio de 140 músicas
que hoje constitui a sua mais poderosa memória e o núcleo duro do fado.
Estudiosa e investigadora, mas também cantora de corpo inteiro, dedicou os últimos
doze anos da sua vida ao fado.
Aldina Duarte é uma fadista
singular - sim, fadista, deste e dos outros tempos - na forma como expõe as
raízes do fado, assim, cruas, sem máscaras, longe de efeitos coloridos. Talvez
seja a maior característica do fado na voz de Aldina Duarte; o cheiro ao
passado, à tradição, ao fado - sim ao fado, àquilo que este transporta de mais
simples e genuíno.
O fado de Aldina Duarte apela
aos sentidos, a todos; ouve-se, cheira-se, saboreia-se; vê-se e até se toca tal
a solidez do seu substrato, da sua profundidade. Firme nas palavras, límpida na
voz, transparente no coração, “Crua” é de uma simplicidade desconcertante, que
nos leva e vence pelas palavras - irremediavelmente - e mais nos convence pela
guitarra portuguesa de José Manuel Neto e pela viola de Carlos Manuel Proença.
Perto do coração, perto da realidade, perto de nós….
Nenhum comentário:
Postar um comentário